Resenha Gazeta Mercantil – 14/12

14 de dezembro de 2007 09:51

– Empresários e Planalto se armam para viver sem CPMF
O fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), determinada ontem pelo Senado, deixou governo, empresários e especialistas na expectativa do que poderá acontecer no próximo ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou que o governo prepara um pacote de medidas, a ser anunciado na próxima semana, para contornar as perdas. Não adiantou detalhes, mas garantiu “que elas vão assegurar que a economia brasileira continue crescendo com vigor e equilíbrio”.
O presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Paulo Skaf, considera uma histórica vitória da sociedade brasileira a rejeição da proposta de emenda à Constituição que estendia a cobrança da CPMF até 2011. Na avaliação da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP), trata-se de uma oportunidade de o governo repensar a política de juros, promovendo uma redução na taxa atual. Quem espera queda de preços no comércio, no entanto, não deverá encontrar.
O ministro do Desenvolvimento e Indústria, Miguel Jorge, disse em Caracas que “são os empresários que perdem com a não prorrogação”. O presidente Lula, que também estava na Venezuela, não havia se pronunciado sobre a derrota até o fechamento desta edição.

– O fim da cobrança da CPMF turbinou ontem o nervosismo no mercado financeiro, que desde quarta-feira andava estressado com a piora no cenário externo. A Bovespa fechou em queda de 2,9%. O dólar subiu 0,28%, a R$ 1,779, e os contratos de juros futuros dispararam na BM&F. Para o estrategista do WestLB, Roberto Padovani, o risco é o governo optar por reduzir o superávit primário, para compensar o fim do tributo. “Isso pode resultar em aumento de juros ou uma Selic estável por mais tempo”, diz.
Do lado externo, o que mais pesou para o mau humor foi a alta de 3,2% da inflação no atacado dos Estados Unidos em novembro, a maior registrada em 34 anos. O investidor também questionou a eficácia do esforço conjunto dos bancos centrais para aliviar o aperto do crédito, anunciado quarta-feira, jogando mais incertezas aos mercados. Na Europa, ações de bancos puxaram a queda de 2,27% do índice FTSEurofirst 300. Em Wall Street, a Bolsa de Nova York operou em queda boa parte do dia, mas se recuperou no final devido à previsão maior de lucro da Honeywell. A Nasdaq caiu 1,1%.

– Emprego – IBGE e Caged confirmam expansão das vagas.

– Petroquímica – Lanxess deve quadruplicar de tamanho com a compra da Petroflex.

– A União Européia pode anunciar restrições à importação da carne brasileira, ao aumentar as exigências de rastreabilidade dos animais. Com isso, os frigoríficos daqui ameaçam demitir funcionários.