Resenha Jornal do Brasil 11/12
– Governo contra a parede
Os governistas fizeram as contas e concluíram que não têm os votos necessários para aprovarem no Senado o projeto de emenda constitucional que prorroga a CPMF. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), requereu o adiamento da votação prevista para hoje, mas o DEM e o PSDB estão seguros de que a oposição tem votos para vencer a disputa, e decidiram insistir na manutenção da data. O risco de derrocada do imposto do cheque traz à tona outro problema para o Palácio do Planalto: é DRU (Desvinculação das Receitas da União), artifício segundo o qual 20% da arrecadação tributária podem ser usados no ajuste fiscal, livres das vinculações impostas pela Constituição para aplicação em áreas como saúde e educação. A prorrogação da DRU até 2011 tem de ser votada junto com a CPMF. Enquanto a CPMF garante R$ 40 bilhões por ano ao governo, a DRU permitiria, em 2008, que o Palácio aplicasse no superávit primário R$ 90 bilhões de recursos do Orçamento destinados à área social.
– O ex-presidente da República José Sarney (AP) comunicou ao ministro e senador licenciado Hélio Costa, a seu suplente, Wellington Salgado (MG), e aos senadores Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL) que definitivamente não aceita voltar a presidir o Senado. O grupo, que detém pelo menos 11 dos 20 votos da bancada, decidiu, então, apoiar a candidatura de Garibaldi Alves Filho (RN), que agora passa a ser o favorito na disputa.
– Um café da manhã entre o presidente Lula e o colega colombiano Álvaro Uribe gerou a oferta concreta de ajuda na questão dos reféns da guerrilha das Farc. Segundo o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, a ajuda brasileira nas negociações em torno dos prisioneiros será feita “sem grandes ruídos”.
– Técnicos do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília admitem que há risco de novos abalos na região arrasada por um terremoto anteontem em Itacarambi (MG). Um aparelho para medir tremores estava instalado na comunidade desde outubro, mas não foi capaz de dar aos técnicos indicações de perigo.
– Protestos de ambientalistas não impediram a realização do leilão de obras da usina de Santo Antônio, no Rio Madeira. O resultado, que saiu em apenas sete minutos, foi um deságio de 35% sobre o preço teto de R$ 122 MW/h fixado pelo governo. O consórcio Madeira Energia, liderado pelo grupo Odebrecht e Furnas, venceu o pregão. (pág. 1 e Economia.
– A Anvisa aprovou uma nova medicação para tratamento de leucemia mielóide crônica. O dasatinibe será usado como alternativa ao transplante de medula óssea e deverá chegar ao Brasil em fevereiro, informa Sheila Machado, enviada especial do JB ao Congresso da Associação Americana de Hematologia.