Resenha Valor Econômico – 11/12
– Indústria busca mão-de-obra até no exterior
Cresce nas empresas brasileiras a preocupação com a escassez de mão-de-obra qualificada, problema que, no limite, pode frear seu crescimento. A Companhia Vale do Rio Doce decidiu buscar profissionais no exterior. Com presença em mais de 30 países, a multinacional fechou uma parceria internacional para mapear a disponibilidade de trabalhadores qualificados em dez países do Leste Europeu, além de Turquia e Filipinas. Esses profissionais podem atender parte de suas demandas no Brasil, onde ela estima que, em 2008, vá contratar 7 mil profissionais, sendo 500 engenheiros.
Apesar da medida drástica, a aposta na formação de pessoal no mercado interno ainda é a principal estratégia da Vale e de outras grandes companhias brasileiras. Responsável por cerca de 90% do setor de gás e petróleo no país, a Petrobras planeja investir anualmente, entre 2008 e 2012, cerca de US$ 20 bilhões, 3,5 vezes o que investiu no período 2003/07. A estatal calcula que o setor necessita qualificar 112 mil profissionais até 2009.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi) aumentarão em 30%, no quadriênio 2007/10, o número de matrículas em seus cursos. A meta é educar e treinar 16,2 milhões de trabalhadores e modernizar escolas e laboratórios. O investimento é de R$ 10,5 bilhões para os quatro anos, sendo que R$ 400 milhões para investimento em equipamentos podem ser antecipados pelo BNDES.
O setor de construção civil não descarta a falta de operários com a demanda das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e sugeriu ao governo federal capacitar beneficiários do Bolsa Família, um universo de 45 milhões de pessoas.
O governo estuda obrigar os beneficiários do seguro-desemprego a fazer cursos de qualificação profissional. Quem não fizer perderia o direito à subvenção. A proposta, formulada pelo secretário de Políticas e Emprego do Ministério do Trabalho, Sérgio Vidigal, depende de mudança na legislação. Os recursos do ministério para qualificação são limitados, embora o governo fale em triplicá-los no próximo ano. Em 2007, foram R$ 97 milhões. No ano que vem, a idéia é gastar R$ 297 milhões.
– Durou apenas sete minutos o mais importante leilão de uma obra hidrelétrica no Brasil. Com uma oferta inesperada de R$ 78,90 o MWh, o consórcio liderado por Odebrecht e Furnas conquistou o direito de construir e operar a usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia. O preço oferecido ficou 35% abaixo do teto estipulado pela Aneel, que promoveu o leilão. Os outros dois concorrentes – os grupos liderados por Suez e Camargo Corrêa – ofereceram preços de R$ 98,05 e R$ 94,00.
As 31 distribuidoras que participaram do leilão pagarão R$ 32,18 bilhões – a valores de hoje – pela energia que será gerada pela usina durante os 30 anos da concessão. A configuração final do grupo vencedor pode mudar com a entrada dos fundos de pensão Funcef e Petros. A Cemig também deverá ampliar sua fatia de 10%.
O resultado foi comemorado pelas distribuidoras e por consumidores livres. O ministro interino das Minas e Energia, Nelson Hubner, disse que o preço final foi muito menor que a aposta mais otimista. Mas no mercado de capitais a reação foi negativa, com o receio de que os preços futuros da energia sejam mais baixos do que os atuais. Isso provocou uma queda generalizada nas ações das companhias do setor elétrico. As ONs da Eletrobrás, controladora de Furnas, caíram 5,17% – maior queda do Ibovespa.
– Raymundo Costa: Garibaldi na chefia do Senado é derrota para o governo.
– Chavistas preparam a segunda ofensiva para mudar Constituição.
– Referendo sobre a expropriação de terras na Bolívia preocupa produtores brasileiros de soja no país. São cerca de 300 grandes proprietários, responsáveis por 40% da produção boliviana do grão.
– Fabricantes de calçados prevêem um 2008 difícil, com quedas na produção, exportação e emprego. Pior, as importações, principalmente da China, devem crescer mais de 50%.
– Delfim Netto: no que depende da competitividade do setor privado, Brasil supera China e Rússia entre os Brics.
– Frigoríficos brasileiros (incluídas suas operações no exterior) já respondem por mais da metade das exportações mundiais de carne bovina. Consideradas apenas as vendas brasileiras, a fatia é de 35%.
– Dados da Conab e do IBGE sobre a safra 2007/08 ainda divergem em 2,5 milhões de toneladas, mas a produção é recorde para ambas as metodologias.
– O mercado financeiro avalia que o Copom irá reduzir o ritmo de cortes na taxa de juros no próximo ano. A previsão para o fim de 2008 foi revisada de 10,25% para 10,5%, segundo o boletim Focus.
– Neste ano, foram criados quase 2,7 mil fundos de investimentos no Brasil. Destes, mais da metade são multimercados, que aplicam em outros fundos já constituídos.
– Termina hoje o prazo para reserva de ações na oferta secundária de papéis do Banco do Brasil. O investimento mínimo, por meio de fundos de ações, é de R$ 200.