Restrição cada vez menor
São cada vez menores as chances de o inquérito do dossiê se restringir à identificação do autor do vazamento de despesas relativas à era FHC. Se a Polícia Federal, por iniciativa própria, não investigar também os autores do levantamento, o Ministério Público irá requisitar diligências complementares.
É o que informa José Robalinho, procurador da República lotado no Distrito Federal. Caberá ao Ministério Público decidir, com base nos achados da PF, se formula ou não denúncia contra eventuais indiciados.
O procurador Robalinho, que atua na área criminal, disse que as apurações não ficarão restritas à identificação de quem vazou o documento. Afirma que é procedimento corriqueiro da Procuradoria a requisição de diligências complementares, sempre que julga necessário.
Antes de Robalinho, também o delegado Sandro Torres Avelar, presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), dissera que é improvável que a investigação da PF pare no vazador. Quem vazou vai ter que informar como obteve a informação. Se era responsável pelo manuseio cotidiano dos computadores, será questionado acerca de quem foi que determinou que ele juntasse aquelas informações. Aí a coisa vai subindo. Não tem como dizer onde vai parar.
São manifestações que se contrapõem a uma assertiva de Tarso Genro. O ministro da Justiça vem declarando que a Polícia Federal vai investigar apenas o vazamento de informações. A feitura de dossiês, disse o ministro reiteradas vezes, não é crime.