Resumo Valor Econômico

24 de outubro de 2007 07:26

[color=0033CC]Valor Econômico[/color]

Ciclo de superávits na conta corrente está perto do fim
O governo já conta com equilíbrio ou mesmo um pequeno déficit no balanço de pagamentos em 2008. E considera que essa mudança é estrutural. O país saiu de um déficit muito alto – 4,32% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1999 – para resultados positivos e chegou a um superávit de 1,58% do PIB em 2005. Desde então, os indicadores têm sido decrescentes, embora não de forma sistemática, e, em 12 meses, até setembro, o saldo caiu para 0,75% do PIB. O Banco Central prevê um desempenho negativo em outubro e economistas do governo já dão como encerrada a fase de produção de superávits robustos nas contas externas.
A balança comercial é a principal causa dessa nova deterioração das contas externas. Em 2006 as transações correntes tiveram um superávit de US$ 13,6 bilhões. No período de 12 meses até setembro, o saldo caiu para US$ 9 bilhões. Uma redução, portanto, de US$ 4,6 bilhões, sendo US$ 3,3 bilhões decorrentes de perdas no superávit comercial. A valorização da taxa de câmbio e o aquecimento da economia doméstica são as principais explicações para essa mudança estrutural que ocorre nas contas externas, que não é algo necessariamente ruim.
Essa perda de fôlego no comércio exterior deve continuar em 2008. O economista-chefe do Morgan Stanley, Marcelo Carvalho, tem provavelmente a previsão mais pessimista do mercado para a balança no próximo ano. Ele projeta saldo de apenas US$ 19,5 bilhões – queda de 50% em relação ao resultado esperado para 2007. Na média do mercado, as projeções são menos dramáticas e apontam para um saldo de US$ 35 bilhões.
O problema, na visão do secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, é a exportação crescer muito abaixo do aumento das importações ao longo do tempo. Um país, avalia, pode ter déficits em transações correntes num ano, equilíbrio ou superávit no outro. O que não é razoável é um descompasso entre o comportamento das exportações e das importações por tempo indeterminado. Isso é justamente o que alguns economistas prevêem para 2008: alta de 7% nas exportações e de 15% nas importações. No último trimestre, a diferença foi bem maior, com variações de 9% e 31%, respectivamente, em relação a igual período de 2006. (págs. 1 e A3)

A cultura do pinhão manso, planta com grande potencial para a produção de biodiesel, cresce no Brasil, mas não está entre as variedades permitidas em escala comercial estabelecida pela Lei 10.711. A área plantada vai passar de 20 mil para 50 mil hectares em uma situação insólita – ilegalmente. Desde agosto, a fiscalização do Ministério da Agricultura aprendeu carregamentos de sementes em vários Estados. Sob pressão de produtores e usineiros, o governo aceitou alterar a lei para que a produção e a venda de sementes seja legalizada. (págs. 1 e B15)

O avião cargueiro militar em desenvolvimento na Embraer poderá ter participação de empresas aeronáuticas de três países emergentes e também ajuda oficial, disse ao Valor o vice-presidente-executivo para o mercado de defesa e governo da empresa, Luiz Carlos Aguiar. O projeto do cargueiro, que terá uma versão como avião-tanque para abastecimento de aeronaves, é calculado em US$ 600 milhões, e a Embraer negocia a participação do governo federal no empreendimento.
Por exigência da negociação, ainda são mantidos em sigilo os nomes dos países envolvidos, que deverão arcar com um terço dos custos do projeto e desenvolver e fabricar algumas das partes da futura aeronave. O cargueiro, cujo projeto vem recebendo colaboração de técnicos da Aeronáutica, deverá ter um protótipo em 2010 e começar a ser produzido em 2012. Terá capacidade para 19 toneladas e preço aproximado de US$ 50 milhões – inferior aos US$ 70 milhões do concorrente.
A necessidade de troca dos antigos aviões de reabastecimento aéreo do Brasil deve garantir a presença do projeto nos futuros planos de reaparelhamento das Forças Armadas. Além disso, anima a empresa a intenção do ministro Nelson Jobim, da Defesa, de apoiar a indústria nacional do setor. (págs. 1 e A3)

Cristiano Romero: país não tem condições de criar fundo soberano. (págs. 1 e A2)

A Anatel aprovou ontem a compra do controle da Telecom Itália por um consórcio integrado pela Telefónica. A agência impôs 28 restrições à operação, mas sem a necessidade de venda de ativos. (págs. 1 e B4)

Carlos Lessa: o Império dos Banqueiros não prioriza o desenvolvimento, mas o crescimento dos lucros bancários. (págs. 1 e A19)

O etanol pode ser utilizado como combustível no Brasil, onde a oferta é ampla, mas não em países com limitações no fornecimento, indicam declarações dos executivos da Toyota. A montadora não parece disposta a estimular o governo japonês a importar o produto. O maior fabricante de veículos do Japão prefere concentrar seus esforços nos carros híbridos, tecnologia que já adota há 10 anos.
“Nós pensamos no uso do etanol, mas, para isso, teríamos que trazer todo o produto do Brasil. A energia que estaríamos economizando aqui no Japão seria, por outro lado, gasta ao trazer o produto de fora”, explica o responsável pelas vendas nas Américas, Sunichi Nakanishi. (págs. 1 e B8)

A Odebrecht, tradicional na construção civil, estreou este ano com apetite no setor sucroalcooleiro: já tem oito unidades, incluindo projetos em construção e usinas em operação. A ETH Bionergia, braço de agroenergia do grupo, vai investir mais US$ 1,05 bilhão para construir três usinas no Mato Grosso do Sul, duas em Nova Alvorada do Sul e uma em Nova Andradina. Em setembro, anunciou investimento do mesmo porte em Goiás. Em maio, adquiriu a usina Alcídia, em Teodoro Sampaio (SP), e depois a construção de sua segunda unidade, no Pontal do Paranapanema. Quando todas essas usinas estiverem em operação, o grupo Odebrecht processará 38 milhões de toneladas anuais de cana e a ETH Bionergia será uma das três maiores do setor. (págs. 1 e B16)

Credit Suisse agora prepara sua expansão regional no Brasil. (págs. 1 e C3)

A Copel quer investir R$ 6,9 bilhões entre 2008 e 2016. A maior parte dos recursos, R$ 4,2 bilhões, será destinada à área de geração de energia. Aquisições terão R$ 426 milhões. (págs. 1 e B10)