Ricardo Saadi é o novo diretor do DRCI
O delegado Ricardo Andrade Saadi, da Polícia Federal, coordenador da força-tarefa encarregada de refazer o inquérito da operação Satiagraha, que investigou o banqueiro Daniel Dantas, é o novo diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). O secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay, informou ter feito o convite e hoje, 19, pela manhã Saadi confirmou ter aceito.
Alvo de ingerências políticas na gestão do ex-secretário Romeu Tuma Júnior, o órgão estava acéfalo nos últimos dois anos e teve sua atuação prejudicada. Tuma Júnior foi afastado do cargo em junho, após uma série de reportagens publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, sobre as relações dele com o chinês Li Kwok Kwen, o Paulo Li, preso por ligações com máfia chinesa que atua em São Paulo.
Saadi, de 34 anos, é sobrinho do ex-superintendente da PF em São Paulo, Jaber Saadi, e faz parte da nova geração de ponta da corporação. Especialista em crimes financeiros, participou nos últimos anos das principais operações de combate à lavagem de dinheiro. Em 2008, comandou a operação que resultou na prisão do traficante colombiano Juan Carlos Abadía, extraditado no ano passado para os Estados Unidos.
Em 2009, chefiou também a Operação Santa Teresa, que investigou desvios de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que levou nove pessoas à prisão. O inquérito rendeu ainda processo de cassação, mais tarde arquivado, contra o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), acusado de quebra do decoro.
Entre as missões de Saadi no DRCI está a repatriação de US$ 3 bilhões apreendidos no exterior, dinheiro oriundo da corrupção, narcotráfico e sonegação de impostos, remetido ilegalmente do Brasil. Ele deve também contribuir na elaboração de uma política de Estado de combate à lavagem de dinheiro que o Ministério da Justiça pretende deixar de legado ao futuro presidente da República. Saadi chega a Brasília nesta quarta-feira,21, para cuidar dos trâmites de sua liberação da PF.
(Diário do Comércio)