Rio: PF desarticula esquema de desvio milionário da Previdência
A Polícia Federal (PF) começa a cumprir nesta terça-feira 33 mandados de prisão e 81 mandados de busca e apreensão para desarticular quadrilhas que obtinham benefícios irregulares em agências de previdência social de Fátima/Niterói, Copacabana, Cosme Velho, Itaboraí e Teresópolis, no Rio de Janeiro. Apurações preliminares apontaram que as atividades ilícitas geravam prejuízos de pelo menos R$ 7 milhões por mês.
A Operação Teníase, que mobiliza 281 policiais federais e 75 viaturas, resulta de mais de dois anos de investigação e é uma ação conjunta entre a PF, o Ministério Público Federal (MPF) e a Previdência Social. Os 114 mandados foram expedidos pelo juiz Vlamir Costa Magalhães, da 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, após o recebimento de 16 denúncias encaminhadas pelo Ministério Público Federal contra 45 pessoas, entre elas servidores, advogados, despachantes e demais intermediários.
Os réus vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos e estelionato e estarão sujeitos a penas que, somadas, podem alcançar mais de 30 anos. De acordo com as denúncias, servidores da Previdência Social aceitavam propina em troca da concessão de benefícios previdenciários. Em alguns casos, segundo o MPF, as irregularidades envolviam o uso de empresas de fachada e alcançavam os benefícios de auxílio-doença e pensão por morte.
As investigações foram conduzidas pelo delegado Fernando Cesar Araujo Ferreira, que apontou 139 fatos criminosos e mais de mil benefícios irregulares. Ele comentou a atividade dos fraudadores: "Atuam como se a Previdência fosse uma empresa privada cujo objeto empresarial seria a negociação de produtos (os benefícios previdenciários) vendidos pelos funcionários da empresa (os servidores do INSS), que se valem da intermediação de representantes de vendas (advogados e despachantes) a clientes, que seriam os segurados da Previdência Social".
Segundo o procurador da República Carlos Alberto Aguiar, alguns servidores denunciados pela Operação Teníase já haviam sido investigados e detidos em outras ocasiões, mas voltaram a cometer os mesmos crimes.
Fonte: Redação Terra