Segurança reforçada durante a Copa do Mundo

21 de maio de 2014 15:53

Cerca de 20 mil homens das forças de segurança federal, estadual e municipal serão mobilizados para atuar durante a Copa do Mundo no Rio de Janeiro. O efetivo, que participará de ações para permitir a mobilidade e dar tranquilidade aos eventos na cidade, será distribuído, gradativamente, a partir desta sexta-feira até o início do mundial. O plano vai contar com homens das Forças Armadas, das polícias Federal, Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional e da Guarda Municipal, que atuarão até o dia 31 de julho. Todo o trabalho será monitorado do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) que, a partir de sexta-feira, funcionará 24 horas por dia.

 

O plano foi detalhado ontem, durante um encontro de autoridades de todas as esferas da área de segurança do governo no CICC. Representante do Ministério da Defesa, o contra-almirante da Marinha Paulo Martins Zuccaro afirmou que áreas como estádios, centros de treinamento, locais de festas, portos, aeroportos, estradas, fronteiras, rede hoteleira, entre outros, receberão patrulhamento das Forças Armadas. Ele também disse que, nos dias de jogos no Maracanã, haverá fiscalização de explosivos e barreiras de defesa cibernética. Além disso, segundo ele, o espaço aéreo da cidade será controlado. Com isso, nos períodos de uma hora que antecedem os jogos e de uma hora depois do fim de cada partida, os pousos serão suspensos nos aeroportos Santos Dumont e Internacional Tom Jobim.

 

O controle e proteção de centrais de abastecimento de água, energia e telefonia do estado também terão segurança especial. Equipes das Forças Armadas estarão de prontidão nesses locais para evitar um colapso no abastecimento, o que poderia prejudicar a realização do evento. De acordo com o contra-almirante, o Exército ficará responsável pelo espaço terrestre, incluindo locais de concentração de delegações; a Marinha, pelos portos; e a Força Aérea Brasileira ficará com o controle do espaço aéreo. No total, 5,3 mil homens das Forças Armadas atuarão no evento.

 

Toda a movimentação durante o mundial será acompanhada por um Sistema Integrado de Controle, sediado em Brasília. Abaixo dessa unidade ficará o Centro Integrado de Comando e Controle do Rio e outros 11 centros regionais em estados onde acontecerão os jogos da Copa do Mundo. No Rio, uma base móvel, em um ônibus do CICC, ficará próxima ao Maracanã. Outra base, chamada de centro local, ficará dentro do estádio. De acordo com o delegado federal Anderson de Andrade Bichara, coordenador dos órgãos de Segurança Pública e Defesa Civil para o Mundial, no sistema integrado de segurança haverá também um centro de cooperação da polícia internacional.

 

Para monitorar todas as comitivas e delegações de futebol, além dos eventos, o sistema vai contar com plataformas de observação elevada e com helicópteros com câmeras que farão transmissões em tempo real para um Centro de Imagens Aéreas no CICC. Os helicópteros, segundo o delegado Anderson Bichara, acompanharão o deslocamento das delegações dos times.

 

As manifestações e atos contra a realização dos jogos também serão monitorados pelos setores de inteligência das polícias Federal e Civil. De acordo com o delegado Tarcísio Jansen, da Polícia Civil, equipes do serviço de inteligência terão auxílio da Polícia Federal para monitorar sites de relacionamentos e páginas da internet. O objetivo é antecipar possíveis manifestações e identificar os líderes. O delegado acrescentou que haverá, dentro do Maracanã, uma delegacia com perícia móvel montada dentro de um ônibus. O veículo terá salas para o delegado e peritos e até uma carceragem para dois presos. Ao todo, 464 policiais civis estarão mobilizados para o evento.

 

Segundo o delegado, uma atenção especial também será dada às delegacias nos aeroportos e à Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat). Um núcleo de atendimento especializado também funcionará na Cidade da Polícia. A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) terá uma base avançada no heliponto para deslocamento imediato de helicópteros, caso necessário.

 

Maracanã terá 2,5 mil policiais militares

 

Força com maior contingente nas ruas, a Polícia Militar vai atuar com 8.100 homens, que trabalharão em 780 carros, cinco helicópteros e cinco embarcações. De acordo com o chefe de planejamento da corporação, o tenente-coronel Marcelo Rocha, será montado um esquema de policiamento ostensivo extraordinário para cobrir todas as áreas que tenham algum impacto com a Copa. Estádios, ruas, locais de concentração de delegações, hotéis, festivais, vias urbanas, pontos turísticos, estações do metrô, entre outros, terão atenção especial da corporação.

 

A Polícia Militar vem se preparando há tempos para o evento. No último dia 15, um pequeno efetivo chegou a ter aulas sobre controle de distúrbios civis com agentes do FBI, dos Estados Unidos, em parceria com os departamentos de polícia de Los Angeles e Chicago. O trabalho dos PMs será dividido entre dois batalhões de campanha criados para o evento, cujos representantes ficarão no CICC. Só no Maracanã, serão 2,5 mil homens dentro e fora do estádio.

 

As cinco estradas federais de acesso ao Rio serão monitoradas pela Polícia Rodoviária Federal, com apoio de equipes da Força Nacional. A PRF não divulgou o efetivo que mobilizará para o evento. Já o Corpo de Bombeiros atuará com mil homens, incluindo os guarda-vidas. A Guarda Municipal, por sua vez, estará nas ruas para guardar monumentos e fazer patrulhamento com cerca de 1,6 mil homens. O efetivo vai variar em função da programação da cidade e será maior onde houver aumento do fluxo de pessoas, como no Maracanã, nas praias e nas estações do metrô. A orla de Copacabana – que concentra 56% da rede hoteleira do Rio – terá patrulhamento 24 horas.

 

A possibilidade de greves generalizadas e manifestações durante o mundial foi minimizada pelo subsecretário extraordinário de Grandes Eventos, Roberto Alzir. Ele não acredita em mobilização para uma greve generalizada.

 

Estamos monitorando tudo pelos setores de inteligência. Acredito que o ambiente hoje não é propício para uma greve generalizada. Se tivermos manifestações violentas, casos já considerados pelo nosso planejamento, os grupos de intervenções vão agir como na Copa das Confederações. Caso haja conflitos em comunidades pacificadas, todo o efetivo das UPPs estará pronto para agir e contará com ajuda externa, se necessário – concluiu.

 

O Efetivo

 

5.300 militares das Forças Armadas

 

8.132 Policiais Militares

 

2 mil Policiais Federais

 

464 Policiais Civis

 

1.660 Guardas Municipais

 

2.660 Bombeiros