Sem a participação da PF, investigações da Lava Jato conduzidas pela PGR são arquivadas

28 de novembro de 2016 16:27

A Procuradoria Geral da República (PGR) já arquivou pelo menos sete investigações da Operação Lava Jato que não tiveram a participação da Polícia Federal (PF). Segundo noticiou o jornal Folha de São Paulo, elas partiram de colaborações premiadas que não foram comprovadas.

 

Uma das razões apontadas pela reportagem é que, nas tomadas de depoimentos dessas delações comandadas pela PGR, não houve a participação de delegados de Polícia Federal.

 

Desde março de 2015, sete investigações foram arquivados a pedido da PGR. Isso ocorre quando as afirmações do colaborador não puderam ser confirmadas pelos investigadores ou quando, mesmo ratificadas, não ficou caracterizado crime.

 

Um dos problemas causados pela não participação da PF durante o recolhimento da colaboração é que os investigadores não conseguem tirar suas dúvidas com os delatores. “Os termos de depoimentos dos delatores já chegam prontos à polícia, cabendo-lhe confirmar ou não o conteúdo”, informa a reportagem.

 

Os pedidos de arquivamento são acolhidos automaticamente pelo relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, por considerar que a jurisprudência do tribunal torna "irrecusável" o arquivamento quando solicitado pela PGR.

 

Os investigadores da PF entendem que antes da homologação no STF deveria haver uma apuração prévia sobre o conteúdo dos depoimentos, assim como foi feito com dois delatores na Operação Acrônimo, que investiga o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).

 

Entre os políticos que tiveram investigações arquivadas estão os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Aécio Neves (PSDB-MG), Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Edison Lobão (PMDB-MA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), os deputados federais Simão Sessim (PP-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG) e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB-MA).