Sem suspeitos
O superintendente da Polícia Federal do Rio, Valdinho Jacinto Caetano, esclareceu, em entrevista ao G1 na manhã desta segunda-feira (18), na sede, no Centro do Rio, que mesmo depois de ouvir várias pessoas no inquérito que investiga o furto de informações sigilosas da Petrobras, ainda não há suspeitos nem presos.
Os dados furtados estavam gravados em quatro laptops transportados de navio e o crime foi anunciado pela empresa à imprensa no dia 14 de fevereiro.
Segundo Caetano, ainda é cedo para afirmar que o furto tenha sido cometido por espiões em busca de informações sigilosas ou por pessoas comuns, que não sabiam que dentro dos computadores havia dados secretos da estatal. Toda a investigação tem seu tempo. Estamos trabalhando com todas as hipóteses. Todo mundo que tenha tido qualquer contato com o material poderá ser chamado para dar esclarecimentos, diz o superintendente.
Ele garante também que a superintendência do Rio está à disposição para ajudar no que for necessário, mas defende que é preciso de 30 a 60 dias para se chegar a uma conclusão correta sobre o caso. A Polícia Federal tem se notabilizado pela eficiência e presteza. Por que aqui seria diferente?, argumenta. E completa: Há uma investigação que está sendo trabalhada. Assim que tiver resultado, vou falar. Não posso dar notícias em doses homeopáticas. Não é possível ter pressa. É possível sim tentar imprimir agilidade, explica.
Caetano confirma que um perito criminal já esteve no local para examinar o contêiner arrombado, mas o laudo técnico só ficará pronto em 20 dias. Ele não confirma nem desmente que os próprios criminosos tenham deixado o compartimento revirado. É possível que isso tenha acontecido, mas só o laudo, que é conclusivo, vai dizer.
O superintendente lembra que além dos criminosos e antes mesmo da polícia ter sido chamada para investigar o caso, outras pessoas tiveram acesso ao contêiner depois do furto. Ele não descarta que, na tentativa de checar o que tinha sumido, funcionários tenham deixado o lugar bagunçado, o que acabaria atrapalhando o trabalho da perícia.
O trajeto
A embarcação que transportava os quatro laptops saiu de Santos no dia 18 de janeiro e chegou ao Rio de Janeiro no dia 25. Depois da escala, seguiu para Macaé, no Norte do estado, onde aportou no dia 1º de fevereiro. Lá, funcionários da Petrobras descobriram que um dos contêineres havia sido violado durante a viagem.