Senado Federal Homenageia Delegados de Polícia em Sessão Solene no Dia Nacional

O Senado Federal sediou, no dia 3 de dezembro de 2025, uma Sessão Especial em Celebração ao Dia Nacional do Delegado de Polícia, marcando a importância desses profissionais para a estrutura de segurança e justiça do país. A cerimônia, conduzida pelo Senador Izalci Lucas (PL-DF), Presidente da Sessão, foi um ato de reconhecimento à carreira que é definida como um dos pilares invisíveis que sustentam a sociedade.

Presença de Lideranças e Reconhecimento Institucional

A mesa solene contou com a presença de diversas autoridades, sublinhando a relevância da data para as forças de segurança. Entre os presentes, destacaram-se a Sra. Christiane Correa Machado, Diretora de Ensino da Academia Nacional de Polícia, representando o Diretor-Geral da Polícia Federal, e o Sr. Saulo Ribeiro Lopes, Delegado-Geral Adjunto da Polícia Civil do Distrito Federal.

O evento reforçou a união da classe e a força de suas representações, com a participação de importantes líderes associativos. Estiveram presentes Luciano Soares Leiro e Edvandir Félix de Paiva, ambos Presidentes da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), dos biênios 2023/2025 e 2025/2027, respectivamente, além do Sr. Amarildo Fernandes, Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Distrito Federal, e da Sra. Cláudia Alcântara, Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Distrito Federal.

A Defesa das Prerrogativas e o Capital Humano

Durante seu pronunciamento de despedida da presidência da ADPF, o Dr. Luciano Soares Leiro fez uma defesa enfática das prerrogativas e da necessária valorização dos Delegados de Polícia Federal. Ele ressaltou a discrepância entre os resultados apresentados pela instituição e o reconhecimento estatal, destacando que a PF gerou um prejuízo de R$ 5,6 bilhões ao crime organizado apenas em 2024, mas segue com orçamento estagnado. Segundo Leiro, a Polícia Federal traz muito mais do que efetivamente recebe, o que representa um desafio significativo, não só no combate ao crime, mas na valorização dos servidores. Ele pontuou que a carreira de delegado é hoje uma das mais desvalorizadas entre as carreiras jurídicas, clamando ao Congresso que avance para além do subsídio, garantindo uma complementação digna aos delegados.

Em seguida, assumindo a presidência da entidade, o Dr. Edvandir Félix de Paiva reforçou o discurso com um alerta sobre a evasão de talentos. Paiva destacou que a capacidade técnica das polícias depende essencialmente de selecionar as melhores cabeças do mercado jurídico, mas que a desvalorização tem reduzido a atratividade da carreira. Ele enfatizou que todo o sucesso da instituição depende do elemento humano, pois ainda não é possível fazer polícia com inteligência artificial e robôs. O novo presidente da ADPF pediu o apoio do Parlamento para aprovar legislações que valorizem o homem e a mulher policial, garantindo que a carreira mantenha sua força e continue atraindo vocações essenciais para a segurança da sociedade.

Segurança Pública como Política de Estado

A solenidade contou também com a participação do Ministro de Estado de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que é Delegado de Polícia de carreira. Em sua fala, Silveira rememorou as dificuldades enfrentadas no início de sua trajetória, em 1997, no interior de Minas Gerais, onde vivenciou a precariedade das delegacias e os riscos de operações policiais. Ele destacou que o delegado é, por excelência, a primeira autoridade jurídica a atuar diante de uma violação da ordem pública, sendo o filtro que assegura que medidas restritivas de liberdade sigam os princípios constitucionais.

O Ministro foi enfático ao defender a autonomia institucional como caminho para o fortalecimento do combate ao crime. Ele relembrou sua autoria na PEC 412/2009, que visa garantir autonomia funcional, administrativa e orçamentária para a Polícia Federal, nos moldes do Ministério Público, defendendo que esse modelo deveria ser estendido às Polícias Civis. Silveira concluiu seu discurso com uma afirmação contundente sobre o futuro da segurança no país, declarando que o Brasil só vai reduzir a violência quando tratar a segurança pública como política de Estado, e não de governo, repudiando o uso político do sistema de segurança e reafirmando que sem investigação qualificada e independente, não há justiça.

ADPF: Cinco Décadas de Atuação

A presença maciça das lideranças da ADPF na solenidade evidencia a contínua e histórica atuação da entidade. Há quase 50 anos, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal atua de forma incansável em prol da classe, promovendo a valorização, o aperfeiçoamento e a defesa das prerrogativas dos Delegados de Polícia Federal. A ADPF é uma voz essencial no Congresso Nacional, trabalhando para que o exercício da nobre carreira seja digno, seguro e devidamente reconhecido.

O Delegado como Primeiro Intérprete da Legalidade

Ao encerrar a sessão, o Senador Izalci Lucas enfatizou que os Delegados de Polícia são a coragem que garante o cumprimento da lei. Ele destacou o papel do Delegado como a figura que está na primeira fronteira da lei, o fato, atuando como o primeiro intérprete da legalidade. Segundo o senador, sem esses profissionais, a Justiça se veria cega; com eles, ela enxerga a verdade. O evento ratificou o compromisso do Legislativo em estruturar as instituições e assegurar o respeito a esses profissionais que transformam o medo em segurança e garantem que o Estado atue como força justa.