Serra diz que PSDB é solidário ao senador

28 de setembro de 2007 09:40

Além da defesa de Azeredo, José Serra refutou que a cúpula de seu partido tenha adotado a estratégia de isolar o senador mineiro, com o objetivo de evitar os eventuais impactos no PSDB da denúncia que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“De forma nenhuma. É evidente que nós (PSDB) somos solidários a uma pessoa honesta, que está enfrentando um problema (Azeredo)”, retrucou. Questionado se o senador não estaria se sentindo abandonado pelos colegas de partido, em razão da falta de manifestações públicas de apoio, o governador paulista continuou: “É uma sensação (dele parecer abandonado), não é uma realidade”.

Apesar das afirmações, José Serra disse que é preciso aguardar o parecer do procurador-geral, “até porque não tem, até agora, acusação”. O governador disse que, a partir da apresentação do parecer, o partido irá se manifestar e o próprio Azeredo vai saber organizar a sua defesa, caso exista alguma denúncia.

E elogiou novamente o correligionário. “Um homem limpo, correto e íntegro que ele é, certamente vai fazê-la (a defesa) bem”. E classificou de “não pertinentes” as informações de que Azeredo estaria isolado ou abandonado pelo partido. “Com todo o respeito, acho que essas questões não são pertinentes. Trata-se de um problema que precisa ser enfrentado”.

A respeito das declarações dadas pelo senador mineiro de que os recursos arrecadados em sua campanha eleitoral de 1998 também financiaram comitês do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (que disputou a reeleição naquele ano), Serra argumentou que, em 1998, todos os candidatos fizeram propaganda do presidente da República, no Brasil inteiro.

Citou, como exemplo, os ex-governadores de São Paulo Mário Covas e do Rio Grande do Sul Antônio Britto. E ressaltou que é usual candidatos que disputam cargos majoritários contarem com esse tipo de apoio em suas campanhas.

Indagado sobre o argumento do senador Azeredo de que as prestações de contas no passado eram mais uma formalidade e que não existia rigor, Serra destacou: “É impossível fisicamente para um candidato controlar tudo o que acontece, mesmo em termos de financiamento de campanha. Isso é absolutamente impossível, você não faria outra coisa a não ser isso, em vez de fazer campanha. Isso vale para qualquer candidato majoritário”.