Sessão Solene em homenagem ao Dia do Policial Federal marcada por descontentamentos
O Dia do Policial Federal, comemorado em 16 de novembro, recebeu homenagem em Sessão Solene na Câmara do Deputados, na manhã de quarta-feira, 29/11. A Sessão foi requerida e presidida pelo deputado Federal Aluisio Mendes, que destacou a importância da Polícia Federal no combate à corrupção, ao narcotráfico, à violência, ao crime organizado, bem como, na defesa dos direitos humanos. Ao longo da história, as atribuições, a estrutura da Polícia Federal, passaram por várias modificações, seu prestígio, no entanto, segue inabalável. O data comemorativa enseja também reflexões importantes sobre a forma como o estado brasileiro tem gerido a PF, e a atenção dispensada aos seus servidores.
“Neste exato momento nós temos policiais que estão na floresta, no rio, em uma incursão na favela, em diversos setores deste país gigantesco, em condições que não conseguimos nem imaginar aqui presentes nesta sessão solene. Mas ainda assim, entra governo, sai governo e o descaso com os policiais federais e os servidores administrativos da Polícia Federal continuam. Os dados da Polícia Federal mostram que a cada R$ 1,00 investido na instituição, pelo menos R$ 5,3 são devolvidos para o Estado, mas ainda assim, sempre se coloca a questão de não haver recursos para a valorização dos policiais federais”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro. Ele declarou ainda que a proposta feita na última terça-feira 28/11 é ofensiva, rebaixando a profissão e as carreiras da Polícia Federal, não havendo valorização, colocando novas classes e tirando a paridade dos aposentados, a qual que foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele disse ainda que o maior patrimônio da instituição não são as aeronaves ou veículos blindados, e sim, os servidores da PF.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), Marcus Firme, disse que a data era para ser comemorativa, mas declarou que foi surpreendido ao estar no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGISP), na última terça-feira 28/11, dia em que recebeu uma proposta que considera indecorosa. Um projeto totalmente descabido, onde desagrega toda a PF, colocando uma classe acima e outra classe abaixo. Onde na classe acima os aposentados não chegam, desprestigiando os aposentados.
O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), afirmou que a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou uma emenda que propõe a destinação de R$ 3 bilhões do Orçamento Geral da União de 2024 para a reestruturação dos servidores da segurança pública. A proposta será encaminhada para a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.
Em texto enviado pelo deputado Arthur Lira (PP), o mesmo enfatizou que “o apreço e a confiança que os brasileiros nutrem em relação à Polícia Federal, se ampara no valoroso trabalho e na dedicação do corpo funcional desta instituição”.
“É chegado o tempo de repensarmos radicalmente as nossas estruturas e a nossa forma de atuação, com os pés no chão, cientes das responsabilidades atuais, mas cientes do futuro”. Afirmou o diretor-executivo da Polícia Federal, Gustavo Paulo Leite de Souza, representando o diretor-geral da PF.
O deputado Eduardo Pazuello (PL), contou que tem orgulho da Polícia Federal, sendo incontáveis as operações que acompanhou na Copa do Mundo, no jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e nas Olimpíadas, para garantir e fazer a segurança de todos, destacando a dificuldade de atuação na capital do estado fluminense, mas enfatizando a capacidade da PF, independente da região de atuação.
“O policial federal é a essência do que acontece no dia a dia, e muitas vezes essa essência fica para trás na sociedade. A vastidão, a amplitude de funções da Polícia Federal dentro do Brasil, dentro da sociedade brasileira, é algo extremamente relevante, que não será possível se não tiver a valorização do seu servidor”, afirmou o vice-presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Luiz Spricigo Júnior.
Em nota conjunta das entidades de classe, destaca-se que desde a implementação do subsídio do servidor público, no ano de 2006, a perda salarial dos policiais federais já atingiu quase 50% devido à inflação acumulada no período. Além da falta de recomposição salarial, os servidores da PF se viram penalizados pela reforma da previdência que retirou direitos garantidos aos policiais federais, deixando desamparada a família daqueles que arriscam diariamente suas vidas no combate aos mais diversos crimes que acometem nossa sociedade.
Estiveram presentes na solenidade o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SINPECPF), João Luis Rodrigues Nunes; a presidente do Sindepol, delegada de Polícia Federal, Maria do Socorro Tinoco, representando a Federação Nacional dos Delegados de Policia Federal (Fenadepol), entre outros.