Sete prefeitos presos por suspeita de fraude
Uma megaoperação da Polícia Federal, que movimentou o meio político baiano e nacional, trouxe à tona a suspeita de fortes esquemas de corrupção, desvios de dinheiro público e fraudes em licitações em mais de 30 prefeituras do interior da Bahia.
A operação denominada de Carcará resultou na prisão de 40 pessoas, entre elas sete prefeitos dos municípios de Itatim, Aratuípe, Cafarnaum, Elísio Medrado, Lençóis, Santa Terezinha e Utinga. Todos acusados de desvios de verbas, que geraram um rombo de cerca de 60 milhões de reais aos cofres públicos. Cerca de 500 policiais atuaram na operação que cumpriu 82 mandados de busca e apreensão, 45 mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva.
As investigações da PF, a partir da análise de provas materiais, documentos e contratos suspeitos de irregularidades, podem resultar em novas prisões e mudanças no poder Executivo de vários municípios baianos. Outras 14 prefeituras serão alvo de apuração na próxima etapa. A intervenção policial envolveu administrações comandadas por diferentes partidos do mapa político baiano.
A operação realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF) começou por volta das 6h da manhã em municípios concentrados, em sua maioria, no Recôncavo Baiano e na Chapada. Os sete gestores presos foram: o prefeito de Lençóis, Marcos Airton Alves Araújo (PR), de Aratuípe, Antônio Miranda Silva Júnior (PMDB), de Cafarnaum, Ivanilton Oliveira Novais (PSDB), de Itatim, Raimunda Silva dos Santos (PSDB), de Elísio Medrado, Everaldo Caldas (PP), de Utinga, Joyuson Vieira dos Santos (PSDB), e de Santa Teresinha, Agnaldo Andrade (PTdoB).
Segundo o superintendente da PF, José Maria Fonseca, as investigações que culminaram com a prisão de chefes executivos municipais, empresários e servidores públicos foram iniciadas em 2008, a partir de denúncias envolvendo a empresa Sustare Distribuidora de Alimentos Ltda, sediada em Itatim, e outras do mesmo grupo empresarial.
Os presos que já tiveram seus bens bloqueados foram ouvidos na Superintendência da PF, em Água de Meninos, sendo alguns transferidos para Cadeia Pública de Salvador, localizada no Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde ficarão à disposição da Justiça.
FONTE: TRIBUNA DA BAHIA