Simpósio: Autonomia da PF é defendida como ferramenta de combate à corrupção
Na noite de hoje (24), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) encerrou as atividades do III Simpósio Nacional de Combate à Corrupção da Bahia. O evento, que reuniu grandes nomes da área jurídica, lotou três salas de cinema do Shopping Barra, de Salvador, para discutiu o enfrentamento à corrupção.
Durante dois dias, juízes, delegados, jornalistas e professores renomados discutiram dados, estatísticas e outras informações que podem ajudar o país a continuar combatendo a corrupção com veemência. A autonomia da Polícia Federal, que é uma demanda antiga da ADPF, foi defendida pelos palestrantes como uma importante ferramenta para que isso aconteça.
“Esse apoio foi extremante positivo, pois algumas pessoas viam a questão como uma demanda classista”, comemorou o presidente da ADPF, Edvandir Felix de Paiva. “A sociedade já tinha compreendido a importância dessa autonomia – nós conseguimos 700 mil assinaturas de apoio a PEC 412/09 – e agora o mundo jurídico passa a entender com mais clareza e, inclusive, a defender essa necessidade”, concluiu.
Questões estruturantes da corrupção e a atuação do judiciário também foram pontos amplamente abordados. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Barroso, que preferiu a palestra de encerramento, disse que durante um tempo, o sistema jurídico funcionou para não alcançar e não criminalizar o crime de colarinho branco. “Gente rica só era honesta se quisesse”, ponderou.
Segundo ele, a naturalização das coisas erradas geraram um grande autoengano, “mas esse quadro começa a mudar, principalmente pela sociedade que passou a expressar uma demanda por integridade e patriotismo. As pessoas querem um país maior e melhor”, afirmou o ministro.
Ao encerrar o evento, o presidente da ADPF disse que presenciou um dos momentos mais importantes da história da Associação. “Mas isso não seria possível se não fosse um amigo muito leal e combativo, que é apaixonado pela defesa das teses da PF”, afirmou Paiva ao se referir ao delegado Rony Silva, organizador do evento.
Rony Silva concluiu dizendo que os dias que antecederam o evento não foram fáceis, mas que o “Brasil precisava da palavra de todos os palestrantes que passaram pelo Simpósio”.