Foto: ADPF

Simpósio Internacional de Segurança é sucesso em mais um ano de realização

16 de maio de 2024 17:32

Nos dias 8 e 9 de maio, foi realizada a 6ª Edição do Simpósio Internacional de Segurança, o maior evento de tecnologia do país. Sediado no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), reuniu diversas autoridades da Segurança Pública, assim como Conselhos de secretários, de chefes, Comitês, embaixadores e mais de 17 países que participaram de forma remota. O encontro também contou com 50 estandes, 78 patrocinadores, 3 palcos simultâneos, 24 painéis, 99 painelistas, 1.100 especialistas, 6 mil pessoas participando de forma remota e uma noite premium com a palestra do professor Leandro Karnal.

Entre as autoridades presentes estava o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro; o vice-presidente e diretor da ADPF/DF, Allan Dias; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), Marco Antônio Costa Júnior; representando o diretor-geral da Polícia Federal, o diretor-executivo da PF, Gustavo Paulo Leite de Souza; representando o governador do Distrito Federal, o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar; a diretora da Diretoria da Mulher da ADPF, Paula Dora; a presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) e diretora da ADPF/SP, Tania Prado; o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), Rodolfo Queiroz Laterza; a presidente da Associação Ame Mulheres Esquecidas (A.M.E), Shaila Manzoni, entre outros.

Mesa de autoridades na abertura do primeiro dia do evento. Foto: ADPF
Em ordem, o ministro da Justiça, o presidente da ADPF, o vice-presidente da ADPF e o secretário de Segurança Pública do DF. Foto: ADPF

Na abertura do evento, em respeito e solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, foi realizado um minuto de silêncio.

O presidente da ADPF mencionou a importância do Simpósio e o propósito do encontro, que para ele é mostrar a todos da segurança pública que o trabalho que realizam exige que saiam de sua zona de conforto, “Nós, atores da segurança pública temos que ter excelência. Não podemos simplesmente fazer o nosso dever, temos que ir além, e ter excelência é ir além. Mário Cortella disse que ‘temos que fazer o nosso melhor, com as condições que nós temos, até que condições melhores possamos ter’. Toda vez que vamos além, salvamos uma vida, evitamos o tráfico de pessoas, ou que uma criança a menos seja abusada. E também conseguimos reintegrar um ex-detento na sociedade. É por isso que a ADPF realiza há 6 anos este evento, para ser um elo entre o público e o privado, para trazer o que há de mais moderno em tecnologia e inteligência para a segurança, para salvar vidas e gerações”, cita.

Presidente da ADPF, Luciano Leiro. Foto: ADPF

O ministro da Justiça e Segurança Pública, em sua fala, ressaltou que a segurança é um direito fundamental do cidadão e está na base do Estado Moderno. Quando não há segurança, o que existe é a guerra de todos contra todos, fazendo referência ao famoso pensador Thomas Hobbes, que dizia ainda que, sem essa base, não há comércio, agricultura, ciência, nem vida social organizada.

Lewandowski menciona ainda que o direito a segurança está esculpido no caput do artigo 5º da Constituição Federal, e no artigo 144º, é dito que a segurança é um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. “Tenhamos consciência que quando nós trabalhamos em prol da segurança pública, nós estamos não apenas cumprindo um dever fundamental do Estado, mas também estamos garantindo um dever essencial dos cidadãos”, declara.

Ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski, ao lado, o presidente da associação. Foto: ADPF

Ricardo Lewandowski ainda parabenizou a iniciativa dos organizadores e participantes do Simpósio pela importância dada ao avanço ao combate da criminalidade, desenvolvendo novas ferramentas, sobretudo, a inteligência artificial, sem a qual, não se pode mais viver.  Por fim, ele destacou o perigo das ‘Fake News’ e deu o exemplo da tragédia no Rio Grande do Sul, e como isso tem atrapalhado no trabalho das polícias e de todos aqueles que estão juntando esforços para ajudar as vítimas.

A respeito da evolução da criminalidade, o vice-presidente da ADPF menciona que, quando há evolução dos crimes, é preciso ter uma evolução e aperfeiçoamento das investigações. Segundo ele, o mundo evoluiu, hoje em dia a segurança pública precisa lidar com as chamadas ‘Dark Web’ e ‘Deep Web’, em que os criminosos exploram crianças e adolescentes, negociam órgãos, entre outros. Segundo ele, é necessário ter ferramentas adequadas para combater esse tipo de ilícito penal, para que os infratores não se sintam seguros dentro do ambiente virtual.

Vice-presidente e diretor da ADPF/DF, Allan Dias. Foto: ADPF

O secretário de Segurança Pública do DF, na abertura do evento, fez um destaque aos inúmeros casos de feminicídio, que no ano passado, tiveram um aumento significativo. E que segundo ele, a tecnologia pode ajudar na redução e combate a esses crimes. “Aqui no DF, podemos dizer com orgulho que temos um dispositivo chamado ‘Viva Flor’, que é entregue para as mulheres que estão sendo ameaçadas, ou que já foram vítimas de violência. Esse dispositivo se parece com um celular, e quando se sentirem ameaçadas, poderão acionar a secretaria de segurança, que enviará uma viatura até o local e interceptar o eventual agressor, antes que ele efetue o crime”, explica.

Secretário de Segurança Pública do DF e delegado federal, Sandro Torres. Foto: ADPF

Nas palavras do diretor-executivo da PF, é citado que a segurança pública precisa de inovação. Da mesma forma, ele questiona maneira de contratação existente nos dias de hoje. “Será que o mecanismo de contratação que temos hoje atende ao caos das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul? Ou será que não podemos investir para inovar, arriscar, para obter resultados ou para não os obter? Nem tudo que se inova dá certo, mas ficar sem inovar é que não dá mais”, cita.

Para Gustavo Leite, o setor público ainda tem muito o que aprender. De acordo com ele, quanto mais abertos e expostos a opiniões diferentes, melhor. “Na Polícia Federal não somos avessos ao diferente, nós amamos a diversidade. Pela primeira vez na história e é ridículo dizer isso, nós temos um terço das superintendentes do Brasil mulheres. Em que pese serem elas, algo como 14% do efetivo. Estamos atraindo errado, e por que a nossa instituição não é tão atraente como a magistratura para as mulheres? Será que estamos vendendo errado a imagem da nossa instituição? Porque não me digam que mulheres não podem ser policiais e não podem ser superintendentes, diretoras e corregedoras, ministras e secretárias nacionais de Segurança Pública”, elucida.

Diretor-executivo da PF, Gustavo Leite. Foto: ADPF

O diretor-executivo ainda menciona que as policiais são as únicas profissionais do Brasil, no setor público ou inciativa privada, que não possuem a garantia constitucional de tratamento previdenciário diferenciado. Encerrando a fala, Gustavo cita que é preciso mais eficiência ao invés de desperdício, usar soluções que já existem, que estão prontas e inovar nelas, ao invés de “recriarem fórmulas para reinventar a roda” e desperdiçar energia. 

Tech Night Summit

Ao final do primeiro dia de Simpósio, os participantes puderam assistir a uma palestra com o professor, historiador e escritor, Leandro Karnal, que em seu discurso, falou sobre se reinventar, não ter medo dos desafios, do novo e seguir em constante aprendizado.

Nas palavras do professor ele conta que, “Tudo cai por velhice e por assassinato, então é preciso pensar o seguinte: o que eu vou fazer para perder o medo do novo, perder o medo daquilo que me tira da zona de conforto?”, cita.

Professor Leandro Karnal. Foto: ADPF

Karnal menciona que nos dias de hoje, só sobrevive em todos os lugares aqueles que estão sempre aprendendo. E que o novo sempre incomodará, mas não deixará de ser necessário.

“O mundo mudou e mudou rapidamente, e é bom que isso tenha acontecido. Há alguns anos, eu tinha vários corretores para os meus textos de jornal, hoje eu tenho um corretor, que é a inteligência artificial”, explica.

O escritor completa dizendo que a inteligência artificial ainda não realiza as escolhas éticas, e por isso não irá substituir os humanos, mas os humanos com a IA irão substituir aqueles que não possuem essa ferramenta.

Leandro Karnal e o presidente da ADPF. Foto: ADPF

Leandro chama a atenção para que todos entendam o que é a evolução, e o eixo da evolução. Segundo ele, o mais forte não sobreviverá, mas sim os mais inteligentes e preparados para a adaptação. “Mudar é difícil, não mudar é fatal. Essa frase deve ser guia para todos vocês: ou você muda ou desaparece, ou se adapta, ou desaparece”, explana.