Superintendente da PF que investigava Jucá e Anchieta Jr. deixa cargo
Em dezembro, a Folha publicou que Gasparini tinha um filho ocupando cargo de confiança no governo de Roraima. Mas o funcionário, que era estudante, deixou o cargo. Antes, em outubro, a PF havia proibido o delegado de dar declarações à imprensa sobre o inquérito aberto para investigar suposta compra de votos envolvendo Jucá.
O delegado apurava a origem de R$ 5 milhões apreendidos durante as eleições por suspeita de compra de votos e determinou a abertura de 158 inquéritos. Na ocasião, Gasparini declarou que "quem ganha eleição em Roraima é quem tinha dinheiro para comprar voto". Ele deixou o cargo há um mês, antes de completar dois anos. Seu afastamento foi comunicado no dia 15 de fevereiro.
O policial ocupará uma função ainda indefinida na Corregedoria-Geral da PF, em Brasília. Até sexta-feira, segundo a polícia, ele não havia se apresentado no setor. Em Roraima, o cargo de superintendente continua vago. Gasparini não foi localizado para falar sobre sua exoneração. Em fevereiro, ele afirmou que o trabalho feito em Roraima iria "redundar numa moralização da política praticada no Estado".
Por meio da assessoria de imprensa, a direção da Polícia Federal, em Brasília, informou que a saída do delegado da superintendência foi de "cunho estritamente pessoal". Reiterou que a atuação do delegado foi "republicana e apartidária" e negou "qualquer ilação a respeito de afastamento de autoridades policiais por pressão política". Procurado pela reportagem, Jucá disse, por meio da assessoria de imprensa, que não sabia da exoneração do superintendente e que nunca teve nenhum problema com ele.