Supermercados rastreiam lotes de leite adulterados

29 de outubro de 2007 10:31

A Abras diz estar acompanhando as investigações para garantir que os produtos adulterados não sejam comercializados nos supermercados.

Entre as três maiores redes de supermercados do País, o Carrefour afirma ter recebido alguns dos lotes identificados pela Anvisa, todos já comercializados. O Grupo Pão de Açúcar diz não ter recebido nenhum dos lotes. Já o Wal-Mart afirmou que a entrega de alguns produtos alimentícios em sua rede pode ser feita de duas formas diferentes: passando pelos Centros de Distribuição ou diretamente para as lojas. Por isso, a varejista afirma estar realizando um rastreamento extensivo em suas 304 lojas para saber se havia recebido algum lote sob suspeita. Por precaução, retirou das gôndolas os produtos das referidas marcas.

Alta nos preços

É a segunda vez este ano que o leite torna-se preocupação para o consumidor. O produto vem enfrentando variações acentuadas de preços por conta da baixa produção mundial. Valorizou-se em junho e julho e agora volta a registrar queda no varejo. Em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegou a subir 15,77%. Em setembro, no entanto, caiu queda de 4,86%.

Processos também em Goiás

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, notificou oficialmente na quinta-feira, 25, as duas cooperativas mineiras – Coopervale e Casmil, que vendiam o leite adulterado. A decisão foi motivada pela Operação Ouro Branco da Polícia Federal (PF), que desmontou um esquema de adulteração do leite nas cidades de Uberaba e Passos, em Minas Gerais. Segundo informações do DPC, a operação da PF pode desencadear abertura de processos em outras regiões, como em Goiás, onde mais de 40% das marcas de leite vendiam produtos com adição de soda cáustica e água oxigenada durante o processamento do produto.

Segundo levantamento do Procon de Goiás, das 43 marcas de leite comercializadas em Goiás 18 tinham o produto adulterado. As denúncias foram encaminhadas para o Ministério Público do estado que decidirá se será aberto processo contra as empresas.