Técnicos atestam qualidade do leite

31 de outubro de 2007 10:42

Coordenador do Laboratório de Análise de Qualidade do Leite da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leorges Moraes da Fonseca afirma que o leite brasileiro tem boa qualidade, apesar da necessidade de avanços no processamento.

– Se compararmos a qualidade do leite do Brasil com outros países, evidentemente temos ainda uma longa estrada a percorrer, mas, por outro lado, conseguimos uma evolução muito boa nos últimos 15 anos – avalia.

Para Leorges, no entanto, existem deficiências na fiscalização do leite. Um dos principais entraves está no reduzido número de fiscais do Ministério de Agricultura.

Doutor em Ciência dos Alimentos e coordenador de Pesquisa do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Paulo Henrique Fonseca da Silva diz que o leite industrializado não enfrenta grandes problemas de qualidade porque passa por testes antes de ser processado.

– Todo o leite que é admitido numa indústria de laticínios tem de passar por uma bateria de testes de qualidade – destaca.

Segundo ele, a fiscalização do Ministério da Agricultura é a mesma para o leite pasteurizado, vendido em saquinho e que necessita de refrigeração, e do leite tipo longa vida, de caixinha.

O especialista afirma que os padrões de qualidade podem ser melhorados com mudanças na legislação que aumentem o rigor com o leite cru, que serve de matéria-prima para as indústrias. Ele cobra a assinatura de uma portaria que regulamentará o mercado leiteiro nacional. Elaborada em 1998, a Portaria 56 ainda não foi assinada.

– Tanto o leite pasteurizado quanto o longa vida seriam beneficiados por um programa que incrementasse a qualidade da matéria-prima – explica.