Técnicos atestam qualidade do leite
Coordenador do Laboratório de Análise de Qualidade do Leite da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leorges Moraes da Fonseca afirma que o leite brasileiro tem boa qualidade, apesar da necessidade de avanços no processamento.
– Se compararmos a qualidade do leite do Brasil com outros países, evidentemente temos ainda uma longa estrada a percorrer, mas, por outro lado, conseguimos uma evolução muito boa nos últimos 15 anos – avalia.
Para Leorges, no entanto, existem deficiências na fiscalização do leite. Um dos principais entraves está no reduzido número de fiscais do Ministério de Agricultura.
Doutor em Ciência dos Alimentos e coordenador de Pesquisa do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Paulo Henrique Fonseca da Silva diz que o leite industrializado não enfrenta grandes problemas de qualidade porque passa por testes antes de ser processado.
– Todo o leite que é admitido numa indústria de laticínios tem de passar por uma bateria de testes de qualidade – destaca.
Segundo ele, a fiscalização do Ministério da Agricultura é a mesma para o leite pasteurizado, vendido em saquinho e que necessita de refrigeração, e do leite tipo longa vida, de caixinha.
O especialista afirma que os padrões de qualidade podem ser melhorados com mudanças na legislação que aumentem o rigor com o leite cru, que serve de matéria-prima para as indústrias. Ele cobra a assinatura de uma portaria que regulamentará o mercado leiteiro nacional. Elaborada em 1998, a Portaria 56 ainda não foi assinada.
– Tanto o leite pasteurizado quanto o longa vida seriam beneficiados por um programa que incrementasse a qualidade da matéria-prima – explica.