Trabalhadores protestam contra invasão do MST

28 de agosto de 2007 09:17

Os trabalhadores acusam os sem-terra de destruir plantações e matar carneiros.

Os manifestantes liberaram a ponte às 13h45m, depois de quase quatro horas de paralisação do tráfego, o que causou engarrafamento de 12 quilômetros nos dois estados. Foram, então, à Delegacia Regional do Trabalho e depois ao Ministério Público, de onde devem acompanhar as negociações entre PF e MST. Os trabalhadores da Mariad reclamaram que a polícia não retirou os sem-terra da fazenda.

O supervisor da Mariad James Medrado disse que a situação é insustentável e que os funcionários querem trabalhar.

Estamos esperando as decisões da Justiça, mas a situação tem que ser resolvida com rapidez e o MST tem que sair de lá.

É inconcebível ver todo o seu trabalho ser destruído pelo MST dizia Francinaldo Ferreira, do setor de uvas. Quem consegue trabalhar do lado de uma pessoa estranha com um facão nas mãos?

Empresa era fachada para tráfico de drogas O delegado da PF em Juazeiro, Alexandre Lucena, disse que não pode fazer nada sem uma determinação da Justiça.
A fazenda está sem administrador desde a semana passada, quando o dono da Mariad, o colombiano Gustavo Duran Bautista, foi preso no Uruguai com 485 quilos de cocaína. Ele é ligado ao traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, preso no início do mês em São Paulo. A empresa era usada como fachada para o tráfico de drogas.

Outro crime que intriga a polícia foi o assalto que a sede da fazenda da Mariad sofreu, também no domingo, poucas horas antes da invasão das terras pelo MST. Um grupo de dez pessoas teria assaltado a sede e roubado produtos agrícolas, segundo funcionários da empresa.

Embora o MST não tenha impedido a entrada dos funcionários, não houve trabalho ontem, pois todos afirmam não querer trabalhar com toda essa gente mal-encarada e armada de facões e foices . Os funcionários da Mariad afirmam a fazenda é produtiva e que os sem terra depredaram o patrimônio.

Estão destruindo tudo, arrancaram e destruíram uvas e mangas, mataram ovelhas para fazer churrasco, tomaram banho na piscina da casa do dono denunciou um trabalhador que preferiu não se identificar.

A fazenda tem 203 hectares, e cultiva uva, manga e melão, emprega mais de duas mil pessoas e exporta para a Europa e EUA.

A rede de tráfico de cocaína funcionava com a droga trazida da Colômbia de avião e oculta em fundos falsos de caixas de frutas, exportadas para a Europa.

O MST justifica a invasão com a possibilidade de expropriação da terra pela Justiça.

Com a prisão da administradora da fazenda, Ana Lúcia de Araújo Lima Lacerda, que já foi transferida para São Paulo, onde foi aberto o processo, a fazenda ficou sem comando.