Tribunal autoriza investigação de deputado de MS
Segundo informações do MPF, a procuradora está analisando as provas colhidas na operação da Polícia Federal e, com base nelas, nos próximos dias, pode até mesmo oferecer denúncia contra o deputado estadual, ou solicitar mais diligências ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, como quebras de sigilo e novos interrogatórios. A relatoria da investigação contra Coronel Ivan foi distribuída à desembargadora federal Diva Malerbi.
Em junho último, quando o Ministério Público Federal denunciou 39 pessoas envolvidas com a máfia dos caça-níqueis em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná, os procuradores de primeira instância pediram que as suspeitas contra José Ivan de Almeida fossem declinadas ao TRF3.
O mandato de deputado estadual dá ao coronel o benefício do foro privilegiado, e por isso, qualquer investigação contra ele não pode ser conduzida por um delegado comum e acompanhada por um promotor de Justiça de primeira instância. No caso da Operação Xeque-Mate da Polícia Federal, somente os desembargadores do TRF3 podem dar o aval sobre qualquer investigação que envolva o parlamentar.
Caça-níqueis
O deputado estadual aparece em conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal durante a investigação que resultou na Operação Xeque-Mate. Ele dialoga com vários alvos dos policiais, entre eles o comerciante Ari Silas Portugal. Nestes telefonemas Ivan e Ari tratam da exploração do jogo por meio de máquinas caça-níqueis e, em alguns momentos, chegam a travar tensas discussões sobre a divisão exata do dinheiro obtido com a jogatina.
De acordo com os relatórios das conversas feitos pelos policiais federais, Ivan era sócio de Ari Portugal e do médico Hércules Mandetta Neto na operação de máquinas caça-níqueis no centro e na periferia da Capital. Este grupo era um dos cinco que comandavam a jogatina na cidade.
Em 19 de junho deste ano, José Ivan de Almeida ocupou a tribuna da Assembléia Legislativa, para negar as suspeitas existentes contra ele. Na ocasião, ele se declarou inocente.
As outras pessoas que também podem estar envolvidas com a máfia dos caça-níqueis, mas não gozam do mesmo privilégio que o coronel, já estão sendo processadas na Justiça Federal. Foram 39 denunciados pelo Ministério Público Federal, entre eles Ari Silas Portugal e Hércules Mandetta Netto, supostos sócios do deputado na operação das máquinas.
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