Tucanos e DEM apertam cerco contra Renan

14 de agosto de 2007 09:33

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), convidará o usineiro João Lyra para depor. “Não vejo chance de não passar. Será uma mera formalidade, sem analisar o mérito”, declarou.

Caberá a Álvaro Dias presidirá a reunião em que será definido o destino do novo processo contra o colega. Renan é o presidente da Mesa Diretora do Senado. Ficará de fora da reunião por ser o investigado. O substituto direto seria o primeiro vice-presidente, Tião Viana (PT-AC), que avisou que estará fora de Brasília a partir de hoje para cumprir compromissos no seu Estado.

A reunião foi adiada de amanhã para quinta-feira. Segundo o tucano, o representado precisa ser notificado 48 horas antes da reunião. Como ainda não chegou a Brasília, haveria o “risco jurídico” de Renan tentar protelar o processo argumentando que todas as etapas não foram respeitadas. A expectativa é que o presidente do Senado, que passou o fim de semana em São Paulo, desembarque hoje na capital federal.

De acordo com Dias, a Mesa Diretora deve agir como nos outros dois processos contra Renan. Ou seja: autorizará as investigações, sem avaliar o mérito das representações. O senador cita o artigo 14 da resolução que criou o Conselho de Ética do Senado, segundo o qual qualquer representação “será inicialmente encaminhada pela Mesa ao Conselho de Ética”. “Deve ser por unanimidade em função desse artigo”, explicou o tucano.

Álvaro Dias e Tião Viana querem alterar a tramitação das representações. Os dois pretendem sugerir que a Mesa Diretora nem precise mais analisar representações, pois o regimento só cria uma formalidade de encaminhamento. “Já definimos isso.

Vamos propor essa mudança em breve.” O corregedor do Senado já avisou que pretende ouvir o usineiro João Lyra, que confirmou em entrevista à revista Veja ter sido sócio de Renan em empresas de comunicação em Alagoas. Ele nega ter participado da sociedade.

Como cabe ao corregedor fazer uma investigação preliminar sobre alguma acusação, Tuma pode deixar que o Conselho de Ética ouça o usineiro caso a Mesa Diretora autorize a abertura de processo. Quando o Conselho de Ética abre um processo, o corregedor costuma interromper a sua apuração e repassar o que fez aos integrantes do órgão. Tuma agiu assim, por exemplo, no primeiro processo contra Renan sobre a suposta ajuda que recebeu de um lobista para pagar despesas pessoais. Esse caso só depende da conclusão de uma perícia da Polícia Federal em documentos apresentados por Renan para ser concluído. A expectativa é que a PF entregue a análise até o fim desta semana.