Valorização da PF é pauta em encontro com presidenciáveis

14 de julho de 2022 16:03

Na ação “Encontro com os Presidenciáveis”, realizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), da qual participou o coordenador do programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-ministro Aloizio Mercadante, o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro, defendeu a autonomia e a construção de uma PF ainda mais forte. “O serviço público foi atacado de forma veemente neste atual governo e a Polícia Federal e as forças de segurança tiveram um dissabor ainda maior”, disse Leiro, ao falar no evento.

Para o presidente da ADPF, a reforma da Previdência e as promessas com relação à reestruturação das forças de segurança, feitas pelo atual presidente da República, mas nunca cumpridas, mostram uma situação de desvalorização da PF. “Hoje, nós temos um policial que fez um juramento de dar a sua própria vida em defesa do cidadão, ele sai de casa sem saber se vai voltar. Se ele não voltar, a família fica desamparada, pois na maioria dos casos a família não recebe a pensão integral por conta da diminuição que foi feita na Reforma da Previdência”, explicou.

“Posso dizer, como representante dos delegados da Polícia Federal, que hoje é a carreira jurídica menos atrativa do serviço público, em todas as esferas. Isso muito nos preocupa pois é uma carreira de excelência e tem um conceito com a população extremamente grande, mas que tem sido deixada de lado”, disse Luciano Leiro.

De acordo com ele, é necessário apoio para haver a valorização da PF, pois, além de todos os benefícios do combate ao crime, a PF retorna R$ 43 bilhões por ano aos cofres públicos.

Em outro enfoque e no intuito de trazer sugestões para o plano de governo dos presidenciáveis, o Presidente da ADPF ressaltou: “Nós tivemos quatro diretores-gerais neste governo, isso é inadmissível. Na gestão pública é totalmente contraproducente tantas trocas, é preciso ter um mandato para diretor geral da Polícia Federal. Isso blinda a PF e o próprio governo, pois não se poderá falar que está havendo uma interferência por isso ou aquilo”, defendeu.

Segundo Leiro, a autonomia da PF resolverá também uma questão muito importante, que é a nomeação de superintendentes e de diretores dos órgãos públicos não precisarem da aceitação da Casa Civil ou do Ministério da Justiça. Ou seja, retira do poder político estas escolhas e definições, danto mais transparência ainda à administração da PF.

Sobre concursos públicos, Leiro defendeu a ampliação do quadro de servidores e sugeriu a criação de uma lei, cuja iniciativa é do Executivo, com um gatilho de cinco por cento de vagas para abertura de concurso: “Queremos que se crie automaticamente o concurso público. Nós temos uma academia de excelência e que pode comportar isso todos os anos, mas infelizmente nós não temos, e ficamos as vezes quatro ou cinco anos sem concurso”, afirmou.

A Fonacate informou que está em contato com todas as campanhas dos pré-candidatos. De acordo com o Fórum, o objetivo é debater com os pré-candidatos as pautas de interesse do serviço público e entregar a Carta de Princípios para cada um. Para o Presidente da ADPF, é importante apresentar as demandas da categoria e da segurança pública como um todo para quem for coordenar o Brasil nos próximos quatro anos.

“Esse encontro com os presidenciáveis faz parte também do cumprimento das deliberações feitas em assembleia pela Associação dos Delegados de Polícia Federal. Em que pese termos tido apenas três minutos, esses momentos são necessários para que desde já eles possam incluir no seu programa de governo essas questões, as quais são extremamente importantes para que tenhamos sempre uma Polícia Federal de Estado e não de governo e cada vez mais fortalecida”, disse Leiro.

Ao final, o Presidente da ADPF, em nome também da FENADEPOL, entregou à coordenação da campanha, uma carta de princípios com vários pontos de interesse da categoria. No evento estava presente também a delegada Viviane da Rosa, representando a Federação.