Veículo aéreo da PF em Foz não sai do hangar há um ano
A falta de orçamento para as ações da Polícia Federal não se limita ao recente episódio da emissão dos passaportes que chegou a ser cancelada por falta de dinheiro.
Na região da fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina, outros mecanismos essenciais para a segurança nacional também estão desguarnecidos e não é de hoje.
Ele foi adquirido pelo governo federal em 2011, custou cerca de R$ 8 milhões aos cofres públicos e trabalhou pouco se considerada a importância de sua função na região. O Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) de tecnologia israelense está parado há pelo menos um ano. Nem para o período da Olimpíada, realizada em julho do ano passado no Brasil, quando a segurança foi reforçada, o pequeno avião saiu do hangar.
Aliás, ele não deixa seu estacionamento, no aeroporto em São Miguel do Iguaçu, cerca de 40 km de Foz do Iguaçu, por falta de dinheiro para manutenção, compra de combustíveis e pagamento de diárias.
Segundo informações apuradas pelo Jornal O Paraná, de Cascavel, há no local apenas uma equipe da Polícia Federal que faz a segurança do avião sem tripulantes. Todos os cursos agendados para capacitação de operadores foram cancelados. O motivo, mais uma vez, foi a falta de verba e como não existia a previsão da aeronave deixar o solo, não havia justificativas para capacitar novos agentes.
Somado a isso, estes policiais que operariam o Vant também voltaram para as suas bases, já que não há dinheiro para pagar as diárias.
Ainda conforme o apurado pela reportagem, a aeronave estaria desmontada. Ao contrário da pouca importância dada a ela pelo governo federal, não se pode pensar que o Vant não era um forte e importante aliado na fiscalização da fronteira. Segundo forças de segurança que atuam na região, todas as vezes que ele alçou voos, sempre voltou com informações preciosas sobre o tráfico internacional de drogas, de armas e de munições, além do bilionário circuito do contrabando e descaminho.
A Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná não quis se manifestar sobre o assunto. Já o Departamento de Polícia Federal em Brasília foi indagado, mas não respondeu aos questionamentos.
A reportagem pediu para fazer imagens do Vant, mas a informação é que, “por questões estratégicas e de segurança, não é possível ter acesso à aeronave”.
No hangar em São Miguel do Iguaçu ninguém estava autorizado a falar, mas vizinhos próximos do aeroporto confirmam que há meses não ouvem o avião decolar e pousar.
Vale lembrar que este não é o primeiro período de inoperância do equipamento. Em 2011, logo que foi feito o voo inaugural, ele ficou guardado por meses. Em 2012 ele praticamente não voou e sua operacionalidade só teria ocorrido de fato nos anos de 2014 e 2015.
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