Viagra e Cialis falsos vendidos no aeroporto
O comércio vendia medicamentos falsificados: lotes de Viagra e Cialis foram apreendidos. O proprietário, que não quis se identificar, saiu do local algemado por policiais federais.
A denúncia veio da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) entidade sem fins lucrativos que atua contra fraudes em geral. De acordo com a advogada da instituição, Carina Astolfi, um consumidor de Brasília percebeu cheiro e gosto diferente na medicação e denunciou a farmácia à associação, que tem sede em São Paulo. No início de julho, Carina esteve em Brasília, comprou a medicação na farmácia e a levou para São Paulo, onde o fabricante avaliou o produto. Uma vez confirmada a fraude, a ABCF encaminhou a denúncia à Anvisa, que organizou a blitz de dessa quinta-feira, com o apoio da Polícia Federal.
O diretor da Anvisa, Cláudio Maierovitch, não negou a surpresa com o caso: “Foi totalmente inesperado ver a suspeita de uma farmácia de grande movimento, num ponto freqüentado por pessoas de nível elevado, comercializar medicamentos falsificados”. No local, as equipes apreenderam 55 caixas de Cialis (dois lotes diferentes) e um lote de Viagra. Os dois produtos são usados no tratamento de disfunção erétil. Outra novidade para a Anvisa foi a denúncia partir de uma entidade da sociedade civil. Para Maierovitch, esse ato demonstra o amadurecimento da sociedade com relação às questões de saúde e medicamentos. “É uma ação que queremos que se repita: que o consumidor denuncie sempre que tiver dúvida quanto à origem e qualidade do medicamento”.
No local, os fiscais apontaram como identificaram a fraude. O problema foi percebido a partir do dispositivo do tipo raspadinha, que fica na embalagem. No original, ele revela a marca do fabricante. No medicamento falso, a raspadinha fica borrada e não mostra marca alguma. “Esse dispositivo está presente em todos os medicamentos hoje, por norma da Anvisa”, alertou o diretor Maierovitch.
Segundo ele, agora as informações que foram recolhidas no comércio serão analisadas, tanto pelos técnicos da Vigilância Sanitária quanto por agentes da Polícia Federal. Como a comercialização de medicamentos falsificados é crime hediondo contra a saúde pública, a farmácia deverá receber multa que varia de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.
Além disso, Maierovitch alerta que o estabelecimento pode ainda ter seu alvará de funcionamento cassado, não podendo ser reaberto, caso fique comprovada a fraude. Por enquanto, a farmácia está fechada por tempo indeterminado, o que deixa os usuários do Aeroporto de Brasília sem nenhum comércio do tipo à disposição. A Fênix era a única drogaria do local.