Vistoria para reforçar segurança
O Museu do Ipiranga será vistoriado pela Polícia Federal para detecção de falhas de segurança e sugestões de instalações, contratação e treinamento de pessoal para evitar furtos, assaltos ou danificação do acervo. Além do Ipiranga, outros cinco museus paulistas escolhidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) serão visitados pela PF para a produção de relatórios que servirão de modelo de medidas de segurança para outras instituições no Estado.
As vistorias foram acertadas na Superintendência da PF em São Paulo na semana passada, em reunião com representantes de mais de 50 museus da capital, delegados e agentes federais e o diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Iphan, José do Nascimento Júnior. O encontro foi motivado pelo furto no Masp, quando três assaltantes levaram uma tela de Picasso e outra de Portinari – recuperadas pela Polícia Civil na zona leste.
“Estamos discutindo com a PF um cronograma para estabelecer a agenda de visitação, que deve incluir o Masp, a Pinacoteca, o Museu de Arte Moderna, o Lasar Segal , o Museu do Ipiranga e o de Zoologia da USP, a princípio para servirem de referência aos outros”, explicou ontem Nascimento Júnior.
“Ficou claro que eles (dirigentes de museus) estão precisando de apoio, porque inexiste sistema de segurança na maioria dessas instituições”, avaliou o chefe da delegacia de Controle da Segurança Privada, Gilberto Tadeu, no dia da reunião.
O próprio museu do Ipiranga foi alvo de outro furto, de 889 peças do setor de moedas antigas, só percebido em agosto. Dois colecionadores devolveram 59 peças que compraram em junho de 2007 em feiras de antiguidades, por R$ 4,3 mil. Na época, a Polícia Civil divulgou que suspeitava de funcionários e estagiários do museu, mas não identificou os autores do crime, nem recuperou mais peças.
O diretor do Iphan disse que não sabia do fechamento do Museu do Ipiranga a visitas por mais um dia na semana por falta de pessoal. “Se a direção avaliou que era o melhor procedimento para a segurança, isso é positivo. O que não pode acontecer é que isso perdure, deixe de ser uma questão pontual para algo permanente. A idéia dos museus é que se abram cada vez mais”, disse Nascimento Júnior.
Na PF, os representantes de museus ouviram de agentes e delegados especializados dicas como a compra e disposição de equipamentos tecnológicos; cuidados na contratação de segurança privada, funcionários; controle de todos os fornecedores e acessos dos museus; e até disposição das obras. Para o delegado Gilberto Tadeu, os dirigentes não têm culpa do atual descuido com a segurança, mas devem tomar medidas enérgicas para garantir os acervos. “O roubo a museus, no mundo todo, recrudesceu de cinco anos pra cá e as instituições não estavam preparadas. Precisam se modernizar e se adequar a esse novo momento.”