Workshop apoiado pela ADPF discute uso de obras de arte para lavagem de dinheiro
Em março de 2015, uma operação da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, descobriu que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque mantinha em casa obras de arte de alto valor de mercado. "O que mais nos chamou atenção foi encontrar 135 obras de arte na casa do suspeito e ver que ele havia declarado para a Receita Federal que elas valiam 80 mil reais, sendo que, na perícia, somente um dos quadros foi avaliado em 200 mil reais", conta o Dr. Márcio Anselmo, um dos delegados federais que atuaram no caso.
O caso das obras de Renato Duque foi um dos exemplos usados durante a palestra “Lavagem de dinheiro e o mercado de obras de arte” ministrada pelo delegado Anselmo durante o workshop “Ações de Prevenção e Repressão a Crimes Contra o Patrimônio Cultural”, realizado em Brasília entre 4 e 5 de setembro. O evento, apoiado pela Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), reuniu cerca de 50 participantes. A iniciativa foi uma promoção conjunta da Polícia Federal, Ministério da Cultura e Interpol.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) foi uma das apoiadoras, além do Departamento Nacional de Produção Mineral, Receita Federal do Brasil, Instituto Brasileiro de Museus, Instituto Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional, Arquivo Nacional, Fundação Biblioteca Nacional e Ministério das Relações Exteriores.
Também presente, o delegado Dr. Renato Madsen Arruda falou sobre “Atribuições da Polícia na repressão aos crimes contra o Patrimônio Cultural”, um dos assuntos do workshop alinhado a outros semelhantes, como a Convenção da Unesco, de 1970, e a luta contra o tráfico de bens culturais, marcos regulatórios do mercado da arte e o controle da circulação de bens culturais acautelados.