“A Polícia Federal é um órgão de Estado, não do governo”, defende Paiva após mudança na PF do Rio
O presidente da ADPF, Edvandir Felix de Paiva, criticou interferências na Polícia Federal ao comentar a saída do delegado Ricardo Saad do comando da Superintendência da PF no Rio de Janeiro. Na última quinta-feira (15), o presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou a exoneração do superintendente alegando problemas de “gestão e produtividade”.
O argumento foi refutado pela própria instituição. “A Polícia Federal informa que a troca da autoridade máxima do órgão no estado já estava sendo planejada há alguns meses e o motivo da providência é o desejo manifestado, pelo próprio policial, de vir trabalhar em Brasília, não guardando qualquer relação com o desempenho do atual ocupante do cargo”, diz o comunicado emitido pela PF.
Em entrevista ao jornal da manhã, da Rádio Jovem Pan, Paiva também contestou. “O delegado Ricardo Saad é conhecido por ser muito eficiente e não havia, nem em bastidores, reclamações sobre produtividade. A PF já explicou que esse não era o problema”.
Ao jornal o Globo, Paiva disse achar a atitude de Bolsonaro estranha. “Foi uma surpresa o presidente ter dito que iria trocar. Não me lembro do último presidente que tenha falado de troca, até porque, em relação ao presidente, o cargo de superintendente da PF é de quatro escalão. Para nós, é um cargo muito importante, mas algo que sempre foi decidido pelo diretor geral”, disse.
“A Polícia Federal é um órgão de Estado, não do governo dele. Ele pode indicar o diretor-geral, não os demais cargos internos”, defendeu Paiva.
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