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O Globo – Renato Cariani: ‘Fui surpreendido’, diz influencer sobre operação da PF; vídeo

13 de dezembro de 2023 14:54

O influenciador fitness Renato Cariani usou as redes sociais para se manifestar sobre a operação da Polícia Federal que foi alvo nesta terça-feira. O fisiculturista de 47 anos disse ter sido surpreendido pela ação dos agentes e que ainda não teve acesso à investigação.

— Pessoal, estou vindo aqui pra poder me esclarecer pra vocês, afinal de contas tá rodando tantas notícias por aí, tantas mensagens e eu preciso dividir com vocês o que realmente aconteceu. Bom, pela manhã eu fui surpreendido com cumprimento de mandato de busca e apreensão da polícia na minha casa aonde fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas em um processo que eu não sei, porque ele corre em segredo de Justiça, então meus advogados vão dar entrada pedindo para ver esse processo e aí sim eu vou entender o que consta nessa investigação — disse Cariani.

— Eu sofri busca e apreensão porque eu sou um dos sócios, então todos os sócios sofreram busca e apreensão. Uma das empresas que sou sócio, que é a que está sofrendo investigação, foi fundada em 1981, tem mais de 40 anos de história, é uma empresa linda — acrescentou Cariani.

Alvo de uma operação da Polícia Federal contra o tráfico de drogas nesta terça-feira, Renato Cariani, de 47 anos, é um dos maiores influenciadores fitness do Brasil. Suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para produção de crack, ele tem mais de 7,3 milhões de seguidores no Instagram e outros 6,3 milhões de seguidores no YouTube. Em seus perfis, ele tem fotos com famosos que contratam suas consultorias.

Segundo os investigadores, o principal alvo da Operação Hinsberg é a empresa Anidrol, uma indústria química que fica em Diadema, na grande São Paulo, e tem como sócio o influenciador fitness Renato Cariani.

A mansão do fisiculturista foi um dos endereços onde os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão. Os investigadores apreenderam, no local, uma alta quantidade de dinheiro, junto com outros produtos. A operação foi realizada pela PF em conjunto com a Receita Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de São Paulo.

“As investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras”, informou a PF.

Até o momento, foram identificadas 60 transações vinculadas à organização criminosa — totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila). Além disso, os envolvidos teriam usado outras metodologias, segundo a PF, para ocultar os valores ilícitos recebidos, com uso de pessoas interpostas e empresas fictícias.

Os produtos químicos desviados conseguem produzir mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.

O GLOBO tenta contato com a defesa de Cariani.

Mais de 70 policiais cumprem mandados, sendo dezesseis em São Paulo, um em Minas Gerais e outro no Paraná. Outro suspeito é Fabio Spinola que, de acordo com a PF, seria o intermediador entre a indústria química e os produtores da droga. Na casa dele foram encontrados mais de R$ 100 mil em espécie.

Os investigados devem responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. Juntas, as penas podem passar dos 35 anos de reclusão.

Histórico da operação

As buscas da Operação Hinsberg tiveram início no ano passado, quando uma farmacêutica multinacional informou à PF que foi notificada pela Receita Federal sobre notas fiscais fraudadas com pagamento em dinheiro não-declarado. Na época, a empresa disse não conhecer a origem das notas e que não tinha vínculos com aqueles fornecedores

A investigação identificou que o grupo criminoso emitiu e faturou notas em nome de três grandes empresas entre 2014 e 2021, sendo elas: AstraZeneca, LBS e Cloroquímica. A PF solicitou a prisão dos envolvidos, o Ministério Público também foi favorável, mas a Justiça negou o pedido.

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