Para presidente da ADPF, clima de instabilidade afeta operações da PF
O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, voltou a defender a necessidade de mandato para o cargo de diretor-geral da PF, em entrevista ao portal UOL.
Segundo o delegado, o clima de instabilidade dentro da instituição, por causa de rumores políticos, acaba afetando o trabalho dos policiais.
“Não precisa nem mudar. Basta o presidente [da República] falar que vai trocar [o diretor-geral] e já tem uma instabilidade, cria um rebuliço interno. Causa apreensão, alteração no andamento do órgão”, evidencia Paiva.
Para ele, o caminho para pôr fim a essas tensões e minimizar a descontinuidade do trabalho é a autonomia administrativa da PF.
Na entrevista, o presidente da ADPF ainda criticou o deficit de pelo menos 4 mil servidores, na Polícia Federal, mesmo com o chamado de 500 policiais do último concurso. A entidade já pediu um novo certame para recompor os quadros, mas o governo anda não se manifestou.
Para resolver entraves como esse, que também atrapalham o andamento das investigações, é que ADPF também defende a autonomia financeira e orçamentária da PF. “As pessoas vão se aposentando e vai diminuindo o cobertor, vai diminuindo a capacidade de fazer operações, de investigar”, afirma o delegado federal.
Na entrevista, Paiva também abordou o valor das diárias pagas aos policiais que viajam para cumprir missões fora de sua base, que está defasado há dez anos.