PEC 32 diminui a capacidade técnica da PF, diz presidente da ADPF
Em entrevista ao programa “Justiça em Foco”, o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, falou dos prejuízos da PEC da reforma administrativa (PEC 32) para a Polícia Federal.
Para ele, caso a PEC seja aprovada, haverá precarização da carreira, também por conta das mudanças previstas na forma de ingresso na PF. “Isso com certeza vai acarretar a médio e longo prazo uma diminuição na sua capacidade técnica”, afirmou Paiva.
Um dos pontos da reforma prevê um prazo de dois anos para a confirmação do servidor concursado no posto de delegado. Segundo Paiva, ser um delegado provisório que não sabe se vai ingressar na carreira não é compatível com o trabalho da Polícia Federal. “Ele vai ter acesso a investigações e a técnicas policiais e, se não for confirmado, nós teremos uma pessoa muito suscetível a ser cooptado pelo crime organizado”, alertou.
Na entrevista, o delegado reforçou a necessidade de proteção da Polícia Federal e criticou a proposta da reforma administrativa que irá possibilitar ao presidente da República mexer na estrutura de cargos das instituições, por decreto. “A possibilidade de pessoas ingressarem na PF, sem concurso, por indicação política, simplesmente acaba com o trabalho técnico e republicano”, explicou Edvandir Paiva.
“Estamos nos sentindo desprotegidos. Precisamos modificar esta política governamental que não prestigia o elemento humano. É bom ter investimentos, equipamentos, prédios, mas é necessário ter valorização do profissional que trabalha todo dia se expondo a riscos”, falou o presidente da ADPF.
Confira a entrevista na íntegra