Presidente da ADPF fala dos desafios da Polícia Federal, em entrevista na Paraíba

6 de outubro de 2021 12:08

Prestes a completar o segundo mandato à frente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), o delegado Edvandir Paiva aproveitou uma entrevista ao programa Frente a Frente, da TV Arapuã, da Paraíba, para fazer uma avaliação da PF – considerada uma das mais sérias do País, em diversas pesquisas de opinião.

Paiva ressaltou a necessidade de fortalecimento das instituições de Estado, assegurando mais autonomia a elas. “Nós precisamos de instituições fortes. Pois são as instituições fortes que continuarão combatendo a corrupção. Problema que vai haver sempre. Pois onde tem homens, dinheiro e poder, há corrupção”, afirmou.

Para o delegado, é fundamental a proteção da Polícia Federal, por meio de uma legislação que permita uma atuação segura. Na avaliação dele, as leis aprovadas pelo Congresso Nacional, desde 2018, têm prejudicado a atividade de investigação. “ Essas leis, aprovadas de 2018, para cá, são legislações que limitam a investigação”, afirmou.

Ele citou, como exemplo, a Lei de Abuso de Autoridade, que, segundo ele, embora necessária ao Estado democrático, precisa de correções, pois teria sido aprovada de forma açodada, com definições de crimes muito abertas e elásticas. Em relação ao denominado “Pacote Anticrime”, Paiva afirma que “não é um pacote de combate ao crime. É uma ferramenta que dificultou a investigação”.

O presidente também falou sobre a PEC 32, da reforma administrativa. Segundo Paiva, a proposta não traz avanços e não reduz nem privilégios nem gastos. “Os itens que tratam de regalias, como o corte de licenças, das férias de 60 dias, entre outros, não são aplicados ao Executivo, que é quem está sendo atingido. Nós não temos esses privilégios e quem tem não foi incluído. Além de não haver uma linha de fortalecimento da PF.”ressaltou.

Outro desafio abordado durante a entrevista diz respeito a falta de efetivo. Com previsão de 15 mil servidores, a Polícia Federal conta com apenas 12 mil. Mesmo com o concurso que prevê a contratação de mais mil pessoas, o quadro permanecerá muito abaixo da necessidade. “O orçamento é um dos entraves a serem superados”, avisou.

Paiva também respondeu sobre intervenção na PF, saúde mental dos policiais, e direcionamento de atuação.

Confira a entrevista na íntegra: