Operação Elétron apura desvio de R$ 12 milhões da Aneel
A Polícia Federal investiga empresas do ramo de energia que teriam recebido valores indevidos de ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), causando prejuízo de R$ 12 milhões aos cofres públicos. Para apurar o crime, foi deflagrada a Operação Elétron pela qual foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão na sexta-feira (22), com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), em Brasília (DF).
O Inquérito Policial, instaurado em 2016, teve início a partir de Nota Técnica da CGU, que identificou indícios de irregularidades em decisões tomadas por diretores da Aneel entre os anos de 2010 e 2013. Essas decisões contrariavam os pareceres técnicos da própria agência, beneficiando empresas do ramo de energia, segundo apurado pela PF.
As investigações apontam que, associado a essas decisões controvertidas, um ex-diretor da Aneel, sete meses depois de deixar a agência, foi nomeado diretor de treze empresas na área de energia. Ao mesmo tempo, ele teria constituído uma empresa de consultoria na área de energia elétrica, a partir do que, ele e a empresa passaram a receber em suas contas bancárias diversas transferências e depósitos de empresas da área de energia elétrica, tendo atuado, inclusive, em alguns casos, como o relator em algumas decisões que beneficiaram tais empresas.
A apuração mostrou que entre os anos 2014 e 2015 houve um aumento significativo de depósitos nas contas vinculadas ao ex-diretor investigado e sua empresa, de aproximadamente 300% em relação aos anos de 2011 a 2013. Grande parte dos valores depositados não consta na declaração de ajuste anual dos dois anos. Os indícios apontam que tais transferências são uma contraprestação pelos benefícios obtidos pelas empresas em face das decisões tomadas pelo então diretor da Aneel.
Com informações da Agência PF