PF prende quadrilha que extraía pedras ilegalmente em MG

22 de fevereiro de 2019 17:09

Uma quadrilha especializada na extração ilegal de pedras de quartzito foi desmanchada pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (20), por meio da Operação S.O.S Canastra. Com coordenação do delegado federal Daniel Souza Silva, foi apurado que o grupo agia há pelo menos 15 anos na região do Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais. O delegado conta como se deu o início a força-tarefa e os desafios enfrentados. “A investigação teve início há 8 meses. Foi feito todo um trabalho de inteligência voltado a apurar essas atividades ilegais. Temos ações comprovadas e um relatório de quase mil páginas elaborado para comprovar a autoria e participação de cada envolvido.”

A justiça federal de Passos (MG) expeliu 160 mandados judiciais, sendo 77 de busca e apreensão, 73 de prisão (20 preventivas e 53 temporárias), além do confisco de 10 caminhões. O grupo preso operava da seguinte forma: os donos de depósito encomendavam e adquiriam as pedras, diretamente ou pelos negociadores, e vendiam. Os motoristas eram responsáveis pelo transporte clandestino. O vigia, além de trabalhar como negociador, recebia um percentual para permanecer em local estratégico durante todo o dia no parque, avisando sobre qualquer ação de órgãos do governo.

Perigo para o meio ambiente

A investigação também apontou que a exploração clandestina teria causado danos ambientais ao Parque, pois a extração era realizada com explosivos e a retirada era feita com ferramentas. O delegado Daniel Souza aponta a gravidade dos fatos para o meio ambiente. “O que chama atenção é o dano ambiental causado. De todo material extraído, somente 10 ou 20% é aproveitado. O resto é rejeito, que eles abandonavam no parque e também despejavam na água. Temos também prova de que eles colocavam fogo em alguns lugares para facilitar a extração. É impressionante o tamanho dos locais que estão totalmente degradados.”

O material retirado ilegalmente era transportado para depósitos nas cidades mineiras de Capitólio e Alpinópolis e, depois, comercializado para outros estados. Os presos serão encaminhados para o presídio de Passos, ficando à disposição da Justiça. Todos os envolvidos serão indiciados pelos crimes de organização criminosa, extração ilegal de minerais e danos ambientais.

foto: divulgação/PF