Polícia Federal faz balanço de investigações da tragédia de Brumadinho
A Polícia Federal já apreendeu 80 milhões de arquivos diretamente de celulares e computadores dos sete inidicados da Vale e seis da TÜV SÜD, empresa alemã de certificação, que inspecionou a segurança da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). A estrutura se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019 matando quase 300 pessoas e 11 continuam desaparecidas. Relatórios atestaram erroneamente a estabilidade da barragem.
Além dos sete indiciados, outras seis pessoas foram indiciadas por crimes de falsidade ideológica, o que pode render penalidades de até 18 anos de reclusão para cada citado. E mais envolvidos podem surgir e/ou penas podem ser adicionadas depois que for finalizada a perícia internacional que estuda os motivos da liquefação do rejeito e o consequente rompimento da estrutura. Só, então, poderá se saber e indiciar algum suspeito por homicídio, o que pode incluir executivos das empresas.
Também já foram feitas mais de 40 perícias, mais de 50 diligências policiais e mais de 80 pessoas foram ouvidas em oitivas. Todo o material apreendido é analisado e está presente nos inquéritos abertos pela PF, que formam documentos com mais de 7.800 folhas.
As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (16) em coletiva de imprensa pelo delegado-chefe da investigação na PF, Luiz Augusto Pessoa Nogueira, e reportadas pelo jornal mineiro Hoje em Dia.
A perícia mais importante, que estuda o por quê da liquefação da barragem, começou em dezembro de 2019 e deve ser finalizada até junho deste ano. Segundo Nogueira, ela permitirá entender, efetivamente, as causas da liquefação (transformação do rejeito de água para gás), que resultou nas quatro explosões que vieram a romper a barragem.